O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já usou seus eventos públicos para anunciar ao menos R$ 43,4 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ele fez pelo menos 10 atos no ano que tiveram anúncios de recursos do banco e já disse que repasses são “decisão política”.
Em 19 de julho, durante o anúncio de R$ 4,5 bilhões para a exportação de jatos da Embraer para a American Airlines com recursos do banco, Lula disse que o aporte do BNDES “não é decisão econômica e técnica”, mas sim uma “decisão política”.
“Não é sempre que o BNDES financia a exportação brasileira, não é sempre que o BNDES tem coragem de emprestar R$ 4,5 bilhões para financiar avião para uma empresa americana. Isso não é decisão econômica e técnica, isso é uma decisão política. E a decisão política é tomada pelo governo”, declarou.
Assista (57s):
O petista criticou a gestão do BNDES sob o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, no período, o banco só servia para devolver recursos para o Tesouro Nacional. Também reclamou da ideia de vender parte da Embraer e disse que ficou triste ao ouvir a notícia quando não estava no governo.
“Eu vim aqui porque, durante o período passado, o BNDES foi um banco que só serviu para devolver dinheiro para os cofres do Tesouro Nacional e fazer as loucuras que fizeram nesse país”, declarou.
Além dos “micro-anúncios” de Lula com o BNDES, o banco também anunciou, no Planalto, R$ 250 bilhões para a indústria até 2026 e R$ 66,5 bilhões no Plano Safra. Esses programas não foram considerados no quadro acima porque são mais recorrentes e de longo prazo.
Lula tem apostado em uma abordagem desenvolvimentista. Com o Orçamento cada vez mais apertado, tendo que anunciar o congelamento de R$ 15 bilhões, o presidente tem atuado por meio das empresas públicas.
O banco de fomento se junta a Petrobras, Caixa, Banco do Brasil e até Itaipu que atuam como indutores de crescimento da economia.