O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou nesta 3ª feira (18.jun.2024) ter subestimado a ala conservadora do Congresso. Disse não ter experiência em lidar com a “extrema-direita” ativista e pouco pragmática.
“Eles estão fazendo o papel que sempre souberam fazer. Nós não tínhamos a, neste país, a experiência de uma extrema-direita tão ativista, e uma extrema-direita pouco pragmática na política, e muito pragmática nas mentiras. Então, nós estamos vivendo um outro mundo, é uma outra realidade. Mas eu não subestimei o Congresso, não”, declarou em entrevista à Rádio CBN.
O chefe do Executivo falou ainda que as pautas de costumes que tramitam no Congresso estão fora da realidade e falou sobre a discussão do PL que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio.
“Eu nem gosto muito de discutir essas pautas de costume porque não tem nada a ver com a realidade que nós estamos vivendo. Esse negócio de ficar discutindo aborto legal, aborto ilegal, o que nós temos que discutir é o seguinte: quem está abortando, na verdade, são meninas de 12, 13, 14 anos”, declarou.
A Câmara dos Deputados aprovou, em votação relâmpago, a urgência do PL 1.904 de 2024, que equipara o aborto acima de 22 semanas ao crime de homicídio. O projeto é do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Lula declarou ainda que acredita que o Congresso se “emponderou demais” depois do governo passado, e admitiu a dificuldade do Poder Executivo de definir como exercer o Orçamento da União.
Sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), porque, segundo ele, foi instruído a não citar o nome de seu antecessor, o chefe do Executivo disse que a gestão anterior não se preocupava com o orçamento.
“Ele deixou o [Paulo] Guedes fazer o que quisesse na economia e ele deixou o Congresso fazer o que quisesse, ele não se preocupava com o orçamento, o orçamento era do Congresso”, disse.
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