PL não decidiu quem apoiará para comandar Câmara e Senado, diz Valdemar

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse ao Poder360 neste domingo (12.mai.2024) que não estabeleceu condições aos candidatos à presidência na Câmara e no Senado sobre possível anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro e de condenados pelo 8 de Janeiro.

O cacique político comanda a sigla com a maior bancada na Câmara e a 2ª maior no Senado. Disse que o posicionamento do partido para a sucessão do deputado Arthur Lira (PP-AL) e do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) deve ficar para depois das eleições municipais.

No Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) desponta como favorito à sucessão de Pacheco, mas na Câmara o cenário é mais nebuloso.

Os 3 nomes que se colocam internamente como pré-candidatos à sucessão na Câmara são os deputados Marcos Pereira (Republicanos-SP), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA).

“Não temos preferências, os 3 [deputados] que se colocam são bons, nem sabemos se o PL terá candidato. Está muito cedo, muita água vai rolar”, afirmou Valdemar.

Neste fim de semana, os jornais O Globo e Valor Econômico noticiaram que o PL tem negociado o apoio na eleição para a presidência da Casa Baixa em troca da anistia de Bolsonaro e das pessoas presas durante o ato do 8 de Janeiro. A informação foi negada por Valdemar.

“Nunca incumbi nosso líder do Senado [Rogério Marinho] de nada. Quando preciso de algo, eu peço. Nunca nenhum candidato tocou e nem eu toquei com algum deles nesse assunto. É muito cedo para tudo isso”, declarou a este jornal digital.

DISPUTA NA CÂMARA

Elmar Nascimento era o favorito de Lira no início do ano para sucedê-lo, mas perdeu a aceitação de governistas depois de articular pela soltura de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de mantar matar a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) em 2018.

Marcos Pereira e Antonio Brito, que tem perfis considerados “menos autoritário” por integrantes do governo e de uma ala do Centrão, ganharam força. Assim como Elmar, os 2 deputados têm boa relação com Lira, que publicamente ainda não anunciou seu candidato à sucessão.

O PL tem a maior bancada da Câmara, com 95 congressistas, e aguarda a definição do candidato do governo antes de articular se lançará um nome próprio ou se apoiará algum dos 3 favoritos. Caso opte pela candidatura própria, o nome escolhido deve ser o do líder da sigla na Casa Baixa, Altineu Côrtes (PL-RJ).

Por ser bispo da Igreja Universal, Marcos Pereira tem a predileção de parte dos evangélicos. No entanto, governistas têm sinalizado aprovação à escolha do presidente do Republicanos, o que desagrada a direita. Integrantes da bancada evangélica defendem que, se Lula apoiar Pereira, vão escolher outro candidato.

DISPUTA NO SENADO

Davi Alcolumbre segue como franco-favorito para retornar à presidência do Senado, cargo que ocupou de 2019 a 2021. O senador articulou a eleição de Rodrigo Pacheco e tem recebido suporte dele em compensação.

Ainda que não tenha se colocado como candidato oficialmente, Alcolumbre já é incluído por Pacheco em reuniões especiais. Na semana passada, o presidente do Senado chamou o aliado para um encontro com a bancada gaúcha, para discutir medidas de ajuda ao Rio Grande do Sul.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) anunciou em março a candidatura à presidência do Senado. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) também tem interesse na disputa.

O PL ainda não definiu se decidirá apoiar algum dos nomes ventilados ou se lançará candidatura própria. Caso opte pela 2ª opção, a tendência é que a escolha seja pelo líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

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