O ex-presidente Michel Temer (MDB) lamentou a falta de uma “pacificação” durante o 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Temer disse estar decepcionado com o rumo tomado pelo país e criticou o petista.
Para Temer, a gestão de Lula careceu de “ação” para dar sequência ao movimento de união prometido: “Acho que faltou talvez um pouco de vontade política de um lado e, de outro lado, como o Brasil já estava radicalizado, houve agressão de todos os lados”.
“Digo sempre: o presidente Lula vive falando do presidente [Jair] Bolsonaro. Ele é quem mais divulga o presidente Bolsonaro”, disse. “Imagina se eu fosse fazer isso no meu governo, quando as pessoas me criticavam… E eu ficasse: ‘Mas a ex-presidente, a ex-presidente…’ Eu não dizia nada. Eu ia tocando o governo”, afirmou em entrevista ao jornal Estadão, publicada neste domingo (12.mai.2024).
Ao falar da oposição, Temer declarou que esta deveria contribuir para governar, mas que no Brasil frequentemente adota uma posição de confronto em vez de oferecer críticas construtivas: “Aqui no Brasil nós temos a ideia de que cada governo que chega precisa destruir os governos anteriores, tanto que o vocábulo ‘herança maldita’ se incorporou ao vocabulário político do país”.
ATOS DE BOLSONARO
Questionado sobre a presença de apoiadores de Bolsonaro em atos políticos em comparação à baixa adesão no evento do 1º de maio, organizado por centrais sindicais, Temer afirmou que “se Bolsonaro coloca tanta gente na rua, não se pode negar prestígio a ele”, mas que “colocar gente na rua não ganha eleição”.