PGR diz ao STF que Janones “ultrapassou limites da liberdade de expressão” contra Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu, nesta quarta-feira (17), que o Supremo Tribunal Federal (STF) receba uma queixa-crime apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o deputado federal André Janones (Avante-MG).

Bolsonaro acusa o congressista de calúnia e injúria por declarações e xingamentos feitos em seu perfil no X (antigo Twitter) em março e abril de 2023.

O deputado chamou Bolsonaro de “assassino”, “miliciano”, “ladrão de joias”, “ladrãozinho de joias” e “bandido fujão”, além de dizer que o ex-presidente seria responsável pelo homicídio de milhares de pessoas na pandemia.

No parecer, o vice-procurador-geral da República Hindenburgo Chateaubriand Filho disse que, ao tratar Bolsonaro por “miliciano, ladrão de joias, bandido fujão e assassino” e mencionar que ele “matou milhares de pessoas na pandemia, o querelado [Janones], em tese, ultrapassou os limites da liberdade de expressão e os contornos da imunidade parlamentar material”.

“O contexto parece completamente estranho ao debate político, associando-se apenas à intenção de atingir a pessoa contra quem as palavras foram dirigidas”, disse.

Na queixa, o ex-presidente argumenta que as declarações são “ofensivas à sua honra”.

Em manifestação no processo, Janones afirmou que suas afirmações são genéricas e abstratas, sem a individualização da vítima, e protegidas pela imunidade parlamentar. O deputado não menciona expressamente o nome de Bolsonaro nas postagens.

À CNN, a assessoria de Janones disse que o “deputado estava atuando como parlamentar de oposição, em uso de sua liberdade de expressão”.

A relatora do caso no STF é a ministra Cármen Lúcia. Não há prazo para que ela se manifeste a respeito da posição da PGR.

Este conteúdo foi originalmente publicado em PGR diz ao STF que Janones “ultrapassou limites da liberdade de expressão” contra Bolsonaro no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.