Ouça o áudio com falas atribuídas a Cid falando que foi coagido

Áudios divulgados no site da revista Veja na 5ª feira (21.mar.2024) trazem conversa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com um interlocutor. Na gravação, ele diz ter sido coagido a delatar e faz críticas ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Cid está sendo ouvido nesta 6ª feira (22.mar.2024) pelo juiz de 2ª Instância Airton Vieira, que trabalha no gabinete de Moraes.

Ouça o áudio da conversa de Cid (1min24s): 

Ou, se preferir, leia abaixo a íntegra da transcrição dos áudios:

Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu.

Não vai adiantar. Não adianta. Você pode falar o que você quiser. Eu vi isso ontem. Eles não aceitavam e discutiam, que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo.

“Eles já estão com a narrativa pronta, eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E toda vez eles falavam: ‘Olha, a sua colaboração está muito boa’. Tipo assim, ele até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por 9 negócios de vacina, 9 tentativas de falsificação de vacina, vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá. Só essa brincadeira são 30 anos pra você’.

“Eu vou dizer pelo que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar. E eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem.

“Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo, a lei é eles. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação.

“Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em vacina, eu estou em joia”.

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