O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que “não será fácil” prender o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O antigo chefe do Executivo brasileiro foi indiciado pela PF (Polícia Federal) nesta 3ª feira (19.mar.2024) por falsificar o cartão de vacinação contra a covid.
O congressista também questionou se a PF “continuará sendo cachorrinho do Alexandre de Moraes”, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) que retirou o sigilo da investigação da corporação. Deu as declarações ao jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto (SP).
Segundo Eduardo, o intuito do inquérito “não é justiça”, é “dar o troco”.
“O objetivo é acabar com o movimento espontâneo que nasceu lá em 2013”, disse.
ENTENDA
Em 3 de maio de 2023, a PF deflagrou a Operação Venire, que verificou registros falsos em plataformas do SUS (Sistema Único de Saúde) e adulterações em cartões de vacinação. A ação foi embasada na quebra de sigilo dos aparelhos de comunicação de Cid, realizada no ano anterior, em um inquérito sobre urnas eletrônicas.
Segundo a PF, em 21 de dezembro de 2022, o secretário de governo da prefeitura de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Souza Brecha, inseriu no sistema do SUS que o ex-presidente tinha tomado vacinas contra a covid-19. Um dia depois, um usuário cadastrado com o e-mail “[email protected]”, usado por Cid na época, acessou o aplicativo ConecteSUS e emitiu certificados de vacinação.
Em 27 de dezembro, outro comprovante foi emitido e, em seguida, os dados foram excluídos do sistema de saúde. No dia 30, data em que Bolsonaro embarcou para os Estados Unidos, um novo comprovante foi emitido. 15 dias antes do retorno do ex-presidente ao Brasil, em 29 de abril, um 4º comprovante foi emitido.
Mauro Cid foi preso na operação. O tenente-coronel foi apontado pela PF como o responsável pelo esquema.
Bolsonaro também foi alvo. Os agentes realizaram buscas e apreensões na casa do ex-presidente no Jardim Botânico, em Brasília. Ele estava na residência no momento das buscas e teve o celular apreendido.