O general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, disse em depoimento à PF (Polícia Federal) que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, forneceu apoio jurídico a um suposto plano de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência. Eis a íntegra (PDF – 5 MB) do depoimento.
Segundo Gomes, Torres participou de algumas reuniões com os chefes das Forças Armadas e com Bolsonaro para discutir o tema. Disse que a participação do ex-ministro era pontuar questões jurídicas. A mesma versão é confirmada no depoimento do ex-comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), Carlos Baptista Júnior.
O ex-chefe da FAB disse que, durante a reunião com os chefes das Forças Armadas, o papel de Torres foi de “assessorar o então presidente Jair Bolsonaro de utilizar os referidos institutos jurídicos” para se concretizar um suposto plano de golpe.
“Nas reuniões, Anderson Torres [contribuía] explanando o suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas. Esclarece que o Exército sempre se posicionou que não atuaria em determinadas situações”, diz trecho do depoimento de Freire Gomes.
Em nota, a defesa de Torres disse que solicitará que o ex-ministro preste um novo depoimento à PF. Disse que ele foi citado de forma “genérica” por duas testemunhas. Eumar Novacki, advogado de Torres, também citou uma possível acareação com Baptista Júnior e Freire Gomes.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS
A PF deflagrou em 8 de fevereiro de 2024 a operação Tempus Veritatis (do latim, “Tempo da Verdade”) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados por uma suposta tentativa de golpe de Estado para tentar mantê-lo na Presidência da República.
Além de Bolsonaro, também foram alvos da operação o presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, ex-ministros do governo Bolsonaro e representantes das Forças Armadas.
Relatório da PF encaminhado ao STF afirma que Bolsonaro recebeu uma suposta minuta pedindo a prisão dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A minuta teria sido o objeto das reuniões convocadas por Bolsonaro no Palácio da Alvorada com integrantes do seu governo e militares da ativa.
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