Durou mais de 8 horas o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, à Polícia Federal (PF). O ex-comandante do Exército do governo Bolsonaro foi ouvido na condição de testemunha, ou seja, assumiu o compromisso de responder a todas as perguntas.
Como adiantou à CNN, existia a possibilidade de o general passar para a condição de investigado. Nesse caso, ele teria o direito de ficar em silêncio. Mas optou por colaborar.
O conteúdo do depoimento, no entanto, é mantido sob sigilo. Assim como nas demais oitivas do caso até aqui, nem mesmo os advogados puderam levar uma cópia do que foi dito. A medida é adotada para não comprometer as investigações.
Freire Gomes foi convidado a fornecer informações à PF após mais de 20 investigados – todos envolvidos na Operação Tempus Veritatis, desencadeada em fevereiro – serem ouvidos.
O general é considerado peça-chave para fechar alguns pontos da investigação. Entre eles, o conteúdo e quem esteve em uma reunião no Palácio da Alvorada, onde supostamente foi discutido o plano de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
O militar também foi questionado sobre os acampamentos instalados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília (DF).
O relatório da PF que serviu de base para a decisão dos cumprimentos de mandado de busca e apreensão contra 24 investigados aponta que Freire Gomes não aderiu à ideia de uma tentativa de golpe de Estado.
Por conta disso, teria sido chamado de “cagão” pelo general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, e candidato a vice-presidente na eleição de 2022.
(Com informações de João Rosa, Gabriela Prado e Jussara Soares)
Este conteúdo foi originalmente publicado em General Freire Gomes presta depoimento durante quase 8 horas à PF no site CNN Brasil.