Jair Bolsonaro foi convocado para depor na Polícia Federal (PF), após divulgar que ele financiava a manutenção do filho, o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi quem determinou o depoimento. A decisão foi motivada pelo inquérito que apura a atuação de Eduardo, nos Estados Unidos, em busca de apoio do governo norte-americano, para aplicar sanções a brasileiros.
Jair Bolsonaro presta depoimento na tarde desta quinta-feira, na PF – Foto: Luiz Rodrigues/ND
Um dos alvos é o próprio ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes. O depoimento está marcado para às 15h, na superintendência da PF, em Brasília.
A intenção é entender qual participação, Jair Bolsonaro tem na permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, mas também as agendas, que são consideradas de afronta a soberania do Brasil.
Eduardo Bolsonaro está licenciado do cargo desde março deste ano. O deputado deixou o Brasil sob pressão, após surgir uma queixa-crime, por conspiração, apresentada pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias.
Mesmo sem a PGR (Procuradoria Geral da República) se manifestar favorável ao pedido de Lindbergh, Eduardo decidiu deixar o país. Embora seja essa a justificativa dada pelo liberal, o que se entende é que faz parte de uma estratégia de Jair Bolsonaro.
A intenção seria ampliar a visibilidade do caso 08 de janeiro, em que já existem condenações de pessoas que participaram nos atentados contra o Estado Democrático de Direito.
Jair Bolsonaro e a estratégia de sensibilizar autoridades internacionais diante do avanço da ação contra ele no STF
Jair Bolsonaro réu nos atos antidemocráticos
O apoio de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, é uma maneira de tentar minimizar os efeitos da ação penal, em que Jair Bolsonaro é réu por suspeita de comandar uma tentativa de golpe de Estado.
O fato teria iniciado já no segundo turno das eleições, quando Bolsonaro teria utilizado as estruturas da União para dificultar a chegada de eleitores aos locais de votação, com uso da estrutura da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Jair Bolsonaro é réu em ação penal sobre os atos antidemocráticos- Foto: Gustavo Moreno/STF/ND
Também teria articulado, uma maneira de tomar o poder e ainda teria participado das discussões de uma possível tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.
