O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL-PB) disse ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 2ª feira (26.mai.2025) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve um “quadro profundo de tristeza” depois das eleições de 2022, quando foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em depoimento à 1ª Turma da Corte na ação penal por tentativa de golpe, Queiroga relatou que esteve com Bolsonaro no dia seguinte ao do 2º turno e que o consolou sobre o resultado. Segundo o ex-ministro, esta foi a última vez que se encontrou com o ex-presidente no Palácio do Planalto.
“Naturalmente ele estava triste com o resultado das eleições. Não sei se ele se lembra, mas eu o lembrei dos exemplos de [Richard] Nixon, que renunciou nos EUA e Jimmy Carter, que não foi reeleito, mas ainda continuaram a figurar na cena política com maior protagonismo. Depois estive no Palácio da Alvorada. Ele teve erisipela, entrou num quadro profundo de tristeza, não conversava, só dava respostas monossilábicas. Me preocupei com ele, mas ele é forte e superou aquela fase”, declarou.
O ex-ministro ainda disse que enquanto Bolsonaro não despachou do Palácio do Planalto, teve erisipela, uma infecção bacteriana na pele. Ele falou como testemunha dos generais Augusto Heleno e Braga Netto, réus no processo por tentativa de golpe.
Em seu depoimento, Queiroga negou que, enquanto comandou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o general Augusto Heleno tenha feito qualquer menção sobre uma suposta minuta que determinaria um Estado de exceção.
TENTATIVA DE GOLPE
A 1ª Turma do STF começou a ouvir em 19 de maio os depoimentos das testemunhas indicadas pelo núcleo crucial da tentativa de golpe. Segundo a PGR, o grupo teria sido o responsável por liderar a organização criminosa.
Depuseram nesta 2ª feira (26.mai):
- Carlos José Russo Penteado
- Ricardo Ibsen Pennaforte de Campos
- Marcelo Antonio Cartaxo Queiroga
- Antonio Carlos de Oliveira Freitas
- Amilton Coutinho Ramos
- Valmor Falkemberg Boelhouwer
- Christian Perillier Schneider
- Osmar Lootens Machado
Os depoimentos devem ser finalizados até 2 de junho. Nesta semana, falarão as testemunhas indicadas pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres, por Bolsonaro, pelo ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e pelo general Walter Braga Netto.