PF marca depoimentos simultâneos de alvos da ação Tempus Veritatis

A PF (Polícia Federal) repetiu a estratégia de depoimentos usada no caso da venda de joias no exterior e marcou depoimentos simultâneos de ao menos 14 alvos da operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.

A PF marcou para 5ª feira (22.fev.2024), às 14h30 (horário local), os depoimentos também dos 4 presos na operação. São eles:

  • Filipe Martins – ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara – coronel do Exército e ex-assessor;
  • Rafael Martins – major das Forças Especiais do Exército;
  • Bernardo Romão Corrêa – coronel do Exército.

A defesa de Bolsonaro disse que o ex-presidente não iria depor até que tivesse acesso aos conteúdos dos celulares apreendidos na operação. No entanto, Moraes afirmou que o ex-chefe do Executivo já teve acesso e que não poderá escolher a data e o horário de seu depoimento.

Além de Bolsonaro e dos 4 presos listados acima, também falarão à PF:

  1. Valdemar Costa Neto, presidente do PL (Partido Liberal);
  2. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  3. Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
  4. Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  5. Mário Fernandes, ex-chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República;
  6. Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil;
  7. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  8. Tercio Arnauld, ex-assessor de Jair Bolsonaro; e
  9. Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército.

Segundo apurou o Poder360, o processo só pode ser acessado pelos advogados presencialmente, na sede do STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília. Depois da requisição, as defesas só recebem os trechos em que seu cliente é citado. A liberação parcial das informações é prejudicial, segundo advogados ligados ao caso.

Eduardo Kuntz, advogado de Marcelo Câmara e Tercio Arnauld, disse ao Poder360 na 2ª feira (19.fev) que os depoimentos precisam ser adiados por falta de acesso a elementos da investigação. 

OPERAÇÃO

A operação Tempus Veritatis foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Na decisão, ele cita a tentativa de manter Bolsonaro no poder com um golpe de Estado. Eis a íntegra do documento (PDF – 8 MB). Moraes também levantou o sigilo de uma reunião realizada por Bolsonaro com integrantes de seu governo em julho de 2022.

Nela, o então presidente pede endosso aos ataques contra o sistema eleitoral e sugere que ministros do TSE teriam recebido dinheiro para fraudar as eleições. Saiba quem estava presente no encontro e assista aqui ao vídeo completo.

No final de janeiro, Carlos Bolsonaro também foi alvo de operação em Angra dos Reis por ter, supostamente, comandado uma estrutura paralela da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) por meio do chamado “gabinete do ódio” para monitorar ilegalmente autoridades e jornalistas.

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