A PF (Polícia Federal) intimou nesta 2ª feira (19.jan.2024), além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), outros 9 nomes para depor na sede da corporação, em Brasília, sobre envolvimento em suposto plano de golpe de Estado. O caso é investigado no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que apura se um núcleo de autoridades políticas ligado ao ex-chefe do Executivo estruturou um esquema para vencer ilegalmente as eleições presidenciais de 2022.
De acordo com informação divulgada pelo jornal O Globo e confirmadas pelo Poder360, a PF também requisitou informações de:
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL (Partido Liberal);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Mário Fernandes, ex-chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República;
- Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro; e
- Tercio Arnauld, ex-assessor de Jair Bolsonaro.
A operação foi deflagrada em 8 de fevereiro para investigar as falas de uma reunião de 5 de julho de 2022. O vídeo do encontro constava em computador apreendido do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Nas imagens, o ex-presidente e diferentes ex-ministros da gestão atacam o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e conspiram sobre possíveis estratégias para questionar o resultado das urnas eletrônicas -incluindo a participação das Forças Armadas.
Bolsonaro também foi intimado para falar sobre a reunião nesta 2ª feira (19.fev). O depoimento foi agendado para 5ª feira (22.fev) na sede da PF, em Brasília, às 14h30 (horário local). A defesa de Bolsonaro antecipou, no entanto, que o investigado ficará em silêncio durante as perguntas feitas pela corporação.
“Ante o exposto, informa-se que o peticionário [Jair Bolsonaro] opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno”, disse a defesa ao Poder360.