A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, por suposta falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, nesta quinta (15). A defesa dele afirmou que não iria se manifestar sobre o indiciamento, segundo o R7.
A investigação teve início em meio à Operação Nexum, conduzida pelo Decor (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado). O documento da corporação, enviado ao Poder Judiciário em 8 de fevereiro, também indiciou Maciel Carvalho, instrutor de tiro de Jair Renan e principal alvo da operação policial.
Ele já tinha registros criminais por falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documento falso e disparo de arma de fogo, segundo o processo. A defesa de Maciel Carvalho não foi localizada, o espaço segue aberto para manifestação.
A Polícia Civil informou, em nota, que o processo ainda continua sob sigilo, razão pela qual não serão fornecidos mais detalhes. Segundo a operação, o grupo investigado tinha funcionários “laranjas” para mascarar os proprietários de empresas fantasmas.
Eram realizadas movimentações bancárias e aberturas de novas contas em nome de terceiros, usando dados de contadores sem o consentimento deles para incluir declarações falsas.
Não era possível se chegar à origem do dinheiro movimentado e as cifras movimentadas pelo esquema não foram detalhadas pela Polícia Civil do DF.
Jair Renan Bolsonaro já teve imóvel alvo de busca e apreensão em SC
Jair Renan é o quarto filho de Bolsonaro, conhecido como 04, fruto do relacionamento com Ana Cristina Valle. Ele já havia sido alvo da Polícia Federal em 2021, quando foi aberto um inquérito para apurar negócios em que o filho mais novo do ex-presidente era envolvido.
Na ocasião, a Procuradoria-Geral do DF revelou que a apuração era derivada do procedimento preliminar que foi aberto para verificar os possíveis crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro que envolvem um grupo empresarial do setor de mineração e o filho de Bolsonaro.
Em 24 de agosto do ano passado, no âmbito da mesma operação, a Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu um celular, um HD de computador e papéis com anotações na casa de Jair Renan Bolsonaro, em Balneário Camboriú, Litoral Norte de Santa Catarina.
Jair Renan não foi conduzido para depoimento ou outras medidas. Ainda em 2023, o investigado já foi alvo de duas operações da Polícia Civil Distrital.
Uma delas foi a Operação Succedere, em que se apurou crimes tributários por uma organização criminosa especializada em emissão ilegal de notas fiscais. A outra, foi a Operação Falso Coach, que apurou o uso de documentos falsos para o registro e comércio de armas de fogo e a promoção de cursos e treinamentos de tiro.
Segundo os investigadores, na segunda operação, os cursos eram oferecidos por meio de uma empresa em nome de um laranja, que foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo.
*Com informações do portal R7