Comissão de Relações Exteriores deve ser de Filipe Barros, diz Bolsonaro

Em entrevista nesta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) deve ser o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, no lugar de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que anunciou hoje que vai se licenciar temporariamente do mandato, sem qualquer remuneração.

“A comissão continua sendo nossa [do PL]. Deve ser o Filipe Barros, o indicado para a presidência. Era o Zucco, mas o Zucco continua na liderança da minoria, da oposição”, disse em entrevista a jornalistas no Senado.

Segundo apuração da CNN, Filipe Barros aguarda a definição das comissões pelos partidos, que ocorre, nesta tarde, na residência oficial do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Na divisão das presidências de comissões da Câmara, por ter a maior bancada, o PL deve fazer a primeira pedida e priorizará a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.

Sobre a licença anunciada pelo filho, Bolsonaro destacou que Eduardo “pode ajudar muito mais lá do que aqui”. Segundo ele, o parlamentar está sendo “acusado de lesa pátria” e que, se solicitar, poderia receber asilo político do presidente dos EUA, Donald Trump.

“Ninguém falou em asilo ainda, não estou sabendo. Se for o caso, ele pede. Ele pede. O Trump dá imediatamente para ele”, ressaltou. Bolsonaro também negou saber por quanto tempo o filho ficará licenciado e afirmou que a decisão de permanecer nos Estados Unidos foi de Eduardo.

Mais cedo, o deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, confirmou que recebeu o convite e que a indicação do nome dele para presidir a comissão foi endossada, inclusive, pelo ex-presidente.

“Como bom soldado que sempre fui, recebo a indicação do meu nome como uma missão a ser cumprida. A mais importante, diga-se de passagem, diante do estado de coisas que vive o Brasil”, pontuou.

O parlamentar ponderou, no entanto, que só comentará, de “forma oficial”, a questão, após a definição da presidência da Casa sobre a distribuição.

Eduardo Bolsonaro nos EUA

O filho do ex-presidente anunciou que vai se licenciar temporariamente do cargo para ficar nos Estados Unidos, se dedicando “integralmente” a buscar as “devidas sanções aos violadores de direitos humanos” e também a “resgatar liberdades perdidas” no Brasil.

“Eu abdico temporariamente dele [mandato], para seguir bem, representando esses milhões de irmãos de pátria, que me incumbiram dessa nobre missão. Irei me licenciar sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, disse Eduardo Bolsonaro em vídeo divulgado nesta terça-feira.

Durante o tempo que Eduardo Bolsonaro permaneceu nos Estados Unidos, o PT, articulado pelo líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma queixa-crime contra o filho de Bolsonaro, acusando-o de conspiração contra o governo brasileiro com parlamentares dos EUA, solicitando também a apreensão do passaporte dele.

*Com informações de Renata Souza, Manoela Carlucci e Yasmin Silvestre, da CNN

Este conteúdo foi originalmente publicado em Comissão de Relações Exteriores deve ser de Filipe Barros, diz Bolsonaro no site CNN Brasil.

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