Deputado Federal Alexandre Ramagem acaba de ser alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal, inclusive no gabinete do parlamentar.
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Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação de grande envergadura, tendo como alvo o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ). A operação, denominada “Vigilância Aproximada”, é um desdobramento das investigações iniciadas com a Operação Última Milha em outubro passado.
Autoridades realizaram buscas meticulosas tanto no gabinete de Ramagem, situado na Câmara dos Deputados, quanto em seu apartamento funcional em Brasília. A ação não é isolada, abrangendo um total de 21 mandados de busca e apreensão distribuídos entre Brasília, Juiz de Fora, São João del Rei e o Rio de Janeiro.
O cerne das investigações aponta para um alegado esquema de vigilância ilícita, envolvendo o monitoramento não autorizado de autoridades públicas e cidadãos por meio de geolocalização em dispositivos móveis. A operação levanta suspeitas sobre a criação de uma estrutura clandestina dentro da Abin, supostamente utilizada para a coleta de informações com fins políticos e midiáticos, potencialmente influenciando investigações da própria PF.
As ações supostamente ocorriam com o software espião denominado FirstMile. Segundo informações, esse programa permitiria o monitoramento de até 10 mil celulares em um período de 12 meses, apenas com o ingresso do número do dispositivo. Revelações indicam que o sistema teria capacidade de gerar históricos detalhados de deslocamento e alertas em tempo real, sem o conhecimento ou consentimento dos monitorados.
Bolsonaro tentou nomear Ramagem para o comando da Polícia Federal durante seu governo, mas foi impedido pelo STF. Alexandre de Moraes considerou que indicação de amigo dos ‘Bolsonaro’ fere o “princípio da legalidade”, pois atenderia interesse pessoal do presidente.