
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, na sexta-feira (21), que “exagerou” ao afirmar, no dia anterior, que não estava preocupado com uma eventual prisão. A declaração foi feita em resposta à denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro ironizou a possibilidade de prisão após denúncia da PGR – Foto: Lis Cappi/R7
“Ontem, eu exagerei aqui um pouquinho. Mas você, de vez em quando, dá uns coices por aí, para mostrar que somos de carne e osso. E a verdade vem nesses momentos”, declarou Bolsonaro durante o 1º Seminário Nacional de Comunicação do PL, em Brasília (DF).
Na quinta-feira (20), o ex-presidente havia dito que lida constantemente com a ideia de que “vão prender Bolsonaro” e que não se importa com a possibilidade de prisão. Ele também afirmou que a denúncia da PGR se baseia em “narrativas” sem fundamento.

Ex-presidente e aliados foram denunciados por diferente crimes; denúncia apresentada tem mais de 200 páginas – Foto: Evaristo Sá/AFP
Denúncia da PGR acusa Bolsonaro de tentativa de golpe de Estado
Na terça-feira (18), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma denúncia contra Bolsonaro por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-presidente é acusado dos seguintes crimes:
- Liderar organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União;
- Deterioração de patrimônio tombado.
A defesa de Bolsonaro afirmou que ele “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.

Alexandre de Moraes será responsável por analisar denúncia – Foto: Rosinei Coutinho/STF/ND
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, analisará a denúncia e dará 15 dias para que os denunciados apresentem uma resposta escrita. Em seguida, a Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino, decidirá se aceita ou não a denúncia.
Caso seja aceita, Bolsonaro e os demais denunciados se tornam réus e passam a responder penalmente pelas acusações.