O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou as acusações feitas por seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, em acordo de delação premiada. O antigo chefe do Executivo disse que não tentou dar um golpe de Estado, mas afirmou ter discutido com aliados a possibilidade de decretar estado de sítio depois das eleições em 2022, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito.
Em entrevista à Bloomberg, Bolsonaro disse que Cid fez as acusações contra ele e sua família por estar “sendo chantageado”. O ex-presidente classificou as alegações como “absurdas”.
Os depoimentos de Mauro Cid para a investigação que apura uma suposta tentativa de golpe são mantidos sob sigilos pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
No domingo (26.jan.2025), o jornal O Globo publicou uma reportagem sobre o teor dos depoimentos. O documento, de 28 de agosto de 2023, tem 6 páginas e menciona mais de 20 pessoas.
Bolsonaro e outras 39 pessoas foram indiciados em novembro de 2024 pela PF (Polícia Federal) pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Segundo a corporação, uma “organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder” foi identificada pelo órgão.
A delação de Cid menciona ainda que Eduardo Bolsonaro (PL), deputado federal e filho de Bolsonaro, e Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, faziam parte de um grupo mais radical próximo ao ex-presidente.
O senador Jorge Seif (PL-SC), também citado por Mauro Cid na delação, disse que as declarações eram “falaciosas, absurdas e mentirosas”.