Acordo de delação de Cid não será anulado após vídeo, diz defesa

O advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Bitencourt, disse nesta 6ª feira (9.fev.2024) que o acordo de delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) com a PF (Polícia Federal) não será anulado.

A hipótese foi levantada depois de divulgação de reunião do ex-presidente com ex-ministros do Planalto sobre um suposto plano para contestar as eleições presidenciais de 2022. Como o registro não foi mencionado por Cid em seu depoimento, a corporação poderia entender que o investigado omitiu pontos importantes durante o interrogatório.

“Não se cogita a possibilidade de anulação da delação. Ela foi feita nos termos legais, tanto que os resultados estão aí. […] Não temos preocupações com interrupções. A delação foi feita, foi homologada, e pronto”, declarou Bitencourt em entrevista à GloboNews.

ENTENDA

O tenente-coronel Mauro Cid deu uma delação premiada em 2023 que serviu de base –assim como outras provas coletadas pela PF– para a operação que resultou na apreensão do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na 5ª feira (8.fev) e na prisão de alguns aliados próximos.

Uma das provas apresentadas ao Supremo Tribunal Federal –que autorizou a operação de busca e apreensão e os mandados de prisão– foi o vídeo de uma reunião de Bolsonaro com ministros, datada de 5 de julho de 2022.

Nela, o então presidente faz reclamações, cobranças e se mostra preocupado com o resultado do pleito daquele ano.

“Alguém tem dúvida do que vai acontecer no dia 2 de outubro? Qual retrato que vai estar lá às 22h na televisão? Alguém tem dúvida disso? Aí a gente vai ter que entrar com um recurso no Supremo Tribunal Federal. Vai pra puta que pariu, porra”, disse Bolsonaro.

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