O criminalista José Luís Oliveira Lima, novo advogado do general Braga Netto no inquérito do golpe, disse que um acordo de delação premiada está fora de cogitação. Afirmou que o ex-ministro da Defesa “não praticou crime algum, portanto não fará colaboração”. Deu a declaração em entrevista ao Estadão.
Segundo o advogado, que assumiu a defesa de Braga Netto na 4ª feira (18.dez.2024), o general “não participou de nenhuma reunião golpista”. Disse que as acusações da PF (Polícia Federal) se baseiam apenas na versão de Mauro Cid, o qual classificou como um “um delator com credibilidade zero”.
Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa com Jair Bolsonaro (PL) em 2022. Ele foi preso pela PF no sábado (14.dez), como parte da Operação Contragolpe, que investiga o planejamento de uma tentativa de golpe em 2022 e de homicídio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
A corporação afirma que Braga Netto também teria atuado para obter informações sobre a delação premiada de Mauro Cid e a obtenção e entrega de recursos financeiros para execução de monitoramento de alvos e planejamento de sequestros e, possivelmente, homicídios de autoridades.
“É uma mentira essa acusação, o general nunca entregou dinheiro para financiar qualquer tipo de plano. É no mínimo curioso, para ser gentil, que 8 meses depois, o colaborador, que já mudou de versão várias vezes, agora traga essa fantasiosa versão”, disse o criminalista.
Braga Netto está sendo indiciado pela polícia pelos crimes de “Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa” sob pena de 3 a 8 anos de prisão.
Além deste, é indiciado pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão) e tentativa de golpe de estado (4 a 12 anos de prisão).