Pesquisa Datafolha divulgada na 3ª feira (17.dez.2024) mostra que 69% dos entrevistados preferem a democracia como regime de governo. O número revela uma queda de 10% em 2 anos. Em outubro de 2022, cerca de 79% disse apoiar a democracia.
O apoio ao regime varia conforme a escolaridade e a renda dos entrevistados. Entre os que possuem ensino superior, atinge 87%. Entre os que só têm o ensino fundamental, o índice cai para 56%.
Entre os que têm renda mensal acima de 5 salários mínimos, o índice de apoio é de 80%. Por outro lado, o percentual cai para 61% entre os que ganham até 2 salários mínimos por mês.
O levantamento também indicou que os homens (74%) demonstram mais apoio à democracia do que as mulheres (64%).
O registro de 2022 foi o maior índice de apoio ao modelo de governo registrado pela pesquisa, desde 1989, ano da 1ª eleição direta para presidente depois do fim do regime militar.
A polarização política, segundo o Datafolha, não influenciou significativamente na opinião sobre a democracia. Apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não apresentaram divergências relevantes na pesquisa.
O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 13 de dezembro de 2024, abrangendo 2.002 eleitores em 113 municípios de todas as regiões do país, com margem de erro de 2 pontos percentuais. Foi contratada pelo jornal Folha de S.Paulo.
DITADURA
O apoio ao regime ditatorial também subiu. Foi de 5% em 2022 para 85% neste ano de 2024. A oscilação é positiva considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais da pesquisa. O recorde foi em 1992, durante o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor (PTB), que renunciou por suspeitas de corrupção.
Os que se posicionam como indiferentes ao regime de governo foram de 11% para 17% na pesquisa. O recorde foi em junho de 2000, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com 29%.
Além disso, 52% dos entrevistados acreditam que o risco do retorno da ditadura está fora de cogitação. No entanto, 21% veem uma pequena chance de isso ocorrer, e outros 21% consideram haver uma grande possibilidade.
RISCO DE GOLPE
O estudo também abordou a percepção de risco de golpe no período investigado pela PF (Polícia Federal), que vai da derrota de Bolsonaro para Lula no segundo turno das eleições de 2022 até a posse do presidente.
Nesse contexto, 68% dos brasileiros entrevistados na pesquisa dizem que houve risco de golpe, sendo que 43% consideram que o risco foi grande, enquanto 17% consideram que houve um perigo médio e para 8%, pequeno. Dentre os questionados, 25% não acreditam que houve a possibilidade.