O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse, na última quinta-feira (8), em entrevista à CNN, que é preciso buscar a pacificação do país, em relação aos embates entre o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o anterior, Jair Bolsonaro (PL).
A fala acontece após Bolsonaro ser alvo da Operação Tempus Veritatis deflagrada pela Polícia Federal (PF) autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A ação investiga uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
“Eu creio que nós precisamos, no Brasil, tentar caminhar, depois de superar esses incidentes todos, que foram graves. É preciso buscar uma certa tranquilidade nacional, uma certa pacificação do país”, declarou Temer.
“Pois não pode o tempo todo o governo… imagine o governo Lula nos próximos dois, três anos, deblaterando o governo anterior ou anteriores. É preciso mensagens de pacificação”, prosseguiu.
Para Temer, a imprensa tem uma função fundamental. Além de divulgar os fatos, na opinião do ex-chefe do Executivo, os veículos, em seus editorais, devem pregar o que diz a Constituição, a fim de ajudar o Brasil.
Sair desse clima de conflito permanente é fundamental para o país
Michel Temer
Não há razão para prender Bolsonaro até agora, diz Temer
Para Temer, não há razão, até o momento, para a prisão de Bolsonaro.
“Pelo menos, pelos fatos que vieram à luz até agora, penso que não há razão para prisão. Há sempre a perspectiva de, mas a perspectiva de depende de uma concretização de determinados fatos. E esses, caso concretizarem, sei-lo-ão adiante”, expressou.
Para Temer, Bolsonaro acertou ao entregar seu passaporte para a PF.
Na opinião do ex-presidente pelo MDB, houve uma intenção e uma tentativa de ação para um golpe de Estado, em referência ao 8 de janeiro.
“Quando eu digo tentativa de ação, foi aquele movimento que se deu em Brasília, mas de pessoas que não tinham, exata e precisamente, um plano completo”, explica.
Segundo Temer, há golpe de Estado quando as Forças Armadas querem. Mas os militares “não quiseram isso”. “Pode sim ter envolvido um ou outro general, muito mais aqueles próximo ao presidente Bolsonaro, mas nada mais do que isso”, finalizou.
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