Preso no Batalhão da Guarda Presidencial em Brasília, o coronel Marcelo Câmara, assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz, por meio de sua defesa, que ainda não teve acesso a “nenhuma página” do processo que o acusa de fazer parte de um plano golpista.
O advogado dele, Eduardo Kuntz, informou à CNN que irá visitar o cliente nesta sexta-feira (9) na unidade militar. Ele também representa Tércio Arnaud, outro assessor de Bolsonaro que não foi preso, mas foi alvo de busca e apreensão.
“A defesa do cel. Marcelo Câmara e do sr. Tércio (assessores especiais do ex-presidente Jair Bolsonaro) reitera que apesar de solicitar acesso integral dos autos, ainda não teve acesso a absolutamente nenhuma página do procedimento intitulado Pet 12.100”, disse Kuntz à CNN.
O advogado levanta dúvidas sobre as acusações tornadas públicas até agora. Apesar da decisão do ministro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ter sido divulgada, Kuntz reclama da falta de detalhes e acesso à íntegra do processo.
“Por meio da imprensa, recebi possíveis fragmentos que nem sei avaliar a autenticidade, considerando que os autos (segundo consta no site do STF) são físicos e tramitam sob sigilo”, escreveu.
A desconfiança sobre informações da investigação é tática de defesa desde o início. Mesmo agora, após a operação com mais de 30 mandados, entre eles alvos militares, e prisões.
“Por tais razões, (a defesa) aguarda que a Súmula Vinculante 14 seja respeitada, as cópias sejam disponibilizadas, juntamente com todos e quaisquer arquivos eletrônicos que possam acompanhar tal procedimento para então, depois de análise em conjunto com seus clientes, adotar as medidas eventualmente cabíveis no tocante à legalidade da condução por parte do min. Alexandre e, obviamente, acerca da aparente descabida prisão do cel. Câmara”, disse o advogado.
O pedido de acesso foi protocolado na manhã desta quinta-feira (8). O advogado não descarta ir pessoalmente ao tribunal.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Advogado de ex-assessores de Bolsonaro cobra acesso aos autos; um deles está preso no site CNN Brasil.