Padilha reconhece “força da extrema-direita” em eleições municipais

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou nesta 2ª feira (7.out.2024) que reconhece a força da “extrema-direita” no país, mas que, mesmo assim, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria derrotado o bolsonarismo nas eleições municipais.

“Sabemos da força dessa extrema-direita no país. Ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força”, afirmou o ministro a jornalistas no Palácio do Planalto, depois de reunião realizada com ministros e os líderes do governo no Congresso Nacional.

“O governo do presidente Lula lidera uma frente ampla no país que derrotou Bolsonaro no ninho dele, na casa dele na cidade do Rio de Janeiro, derrotou o sanfoneiro do Bolsonaro no Recife e vai derrotar esses ícones da extrema-direita no 2º turno”, disse.

A fala do ministro se refere à vitória de Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro. O atual prefeito tinha a sua reeleição apoiada por Lula, enquanto o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Alexandre Ramagem (PL), ficou em 2º lugar.

No Recife, o candidato apoiado por Lula também saiu vitorioso. O prefeito João Campos (PSB) conseguiu se reeleger, derrotando Gilson Machado (PL), ex-ministro de Bolsonaro.

PL NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Apesar das declarações de Padilha, o partido de Bolsonaro foi o que mais elegeu prefeitos nos municípios com mais de 200 mil eleitores, grupo conhecido como G103, no 1º turno das eleições, realizado no domingo (6.out).

O PL saltou de 4,7 milhões de votos para prefeito em 2020 para 15,7 milhões de votos em 2024. Foi um crescimento percentual de 236,2%. É agora o partido que lidera a tabela de mais apoios recebidos para seus candidatos a comandar os executivos municipais.

Já o PT, do presidente Lula, ficou no 6º lugar do ranking, com 8,9 milhões de votos –um crescimento de 28,2%.

2º TURNO

Padilha afirmou estar “confiante” com relação às disputas no 2º turno, que será realizado em 30 de outubro. O embate mais esperado é o do prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, com o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), de Lula, pela Prefeitura de São Paulo.

Segundo o ministro, Boulos deve fazer a campanha “mais ampla possível” para mostrar que ele “canaliza o desejo de mudança” na capital paulista.

O petista negou que haja uma “relação direta” entre o resultado das eleições municipais com a eleição nacional. Disse que a “principal avaliação” que a população fará na disputa presidencial, em 2026, é em referência ao desempenho do próprio governo.

“Pretendemos chegar muito bem em 2026“, declarou o ministro. Lula já adiantou que poderá concorrer às próximas eleições presidenciais para evitar que “trogloditas” voltem a governo o Brasil.

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