O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 2ª feira (30.set.2024) que o Brasil teve deficit de 2015 a 2023. No último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), no entanto, as contas do governo federal registraram um superavit primário de R$ 54,1 bilhões. Foi o melhor resultado desde 2013.
“Se não limitarmos a despesa ao arcabouço fiscal, não vamos conseguir superar os 10 anos de deficit público que nós tivemos, com baixo crescimento”, disse Haddad em entrevista à rádio CBN. “Nós tivemos deficit de 2015 a 2023. O ano passado [foi] muito em virtude da herança do Bolsonaro, porque o Orçamento era dele”, completou.
Haddad já defendeu, em outras ocasiões, que o governo anterior deu calotes nas contas públicas que foram pagos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o ministro, entre as despesas não honradas estão o pagamento de R$ 90 bilhões em precatórios e de R$ 26,9 bilhões aos Estados com a compensação do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) aos governadores.
Nesta 2ª feira (30.set), Haddad classificou os últimos anos como um período que “não foi bom para a economia brasileira”. O ministro, entretanto, não citou que, a partir de 2015, o deficit foi influenciado pela política econômica adotada por Dilma Rousseff (PT) no Planalto.
Em 2014, o deficit foi de R$ 23,5 bilhões. Subiu para R$ 120,5 bilhões em 2015 e para R$ 161,3% em 2016. Depois de uma trajetória de queda nos anos seguintes, as contas do governo federal fecharam 2020, o 1º ano da pandemia da covid-19, com deficit de R$ 743,3 bilhões. As contas melhoraram em 2021 e terminaram 2022 com o superavit de R$ 54,1 bilhões.
Em 2023, 1º ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo federal registrou deficit primário de R$ 230,54 bilhões. Foi o 2º pior resultado da série histórica, iniciada em 1997. O saldo negativo só não foi maior que o de 2020.
Eis os valores do resultado primário do governo ao longo dos anos, com os valores corrigidos pela inflação.
“Esse ano, nós estamos querendo equilibrar as contas”, disse Haddad à CBN. “Porque se você imaginar que o Estado vai fazer o papel da sociedade, consumo das famílias, exportações, investimento privado, você vai cometer um erro. O mantra da Fazenda é diminuir o imposto fiscal e melhorar as condições macroeconômicas para as famílias e as empresas investirem”, acrescentou.