Estou de volta à minha raiz, diz Marta ao se filiar ao PT

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy assinou sua filiação ao PT na noite desta 6ª feira (2.fev.2024). Vice na chapa de Guilherme Boulos (Psol) na disputa pela Prefeitura da capital paulista, Marta se disse “emocionada” de retornar ao partido que é seu “aconchego” e sua “raiz”.

“Quero expressar a minha profunda gratidão pelo carinho, pelo entusiasmo que vocês, a nossa militância tão aguerrida, me acolhem nesta noite para mim tão memorável. Aqui eu estou de volta ao meu aconchego, à minha raiz”, disse Marta no ato de filiação em São Paulo.

No evento, estiveram presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama, Janja da Silva. Ministros do governo, como Fernando Haddad (Fazenda) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) também compareceram, assim como representantes estaduais e municipais do PT.

“No dia 8 de Janeiro, eu recebi um honroso convite do presidente Lula e me emocionei muito. Eu o tomei como uma convocação. A missão de contribuir com um projeto importante e decisivo para São Paulo e para o Brasil”, afirmou Marta, referindo-se ao convite de Lula para voltar ao PT e integrar a chapa de Boulos.

Ela também afirmou que irá contribuir para a defesa da democracia, que, segundo ela, está ameaçada pelo “crescimento da direita autoritária no país”.

Exaltou, ainda, Guilherme Boulos: “Ninguém melhor que você, companheiro Boulos, para nos liderar nesta caminhada rumo à reconquista da prefeitura de São Paulo”, afirmou.

Em um ato falho, Marta disse que com Lula seria possível derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “em 2022”. Em seguida, consertou: “Vamos derrotar o bolsonarismo e seus representantes aqui na capital”.

Assista ao ato de filiação de Marta Suplicy (1h51m45s):

Guilherme Boulos e Marta terão como principal adversário o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Ele, que foi eleito vice-prefeito na chapa de Bruno Covas (PSDB) em 2020, assumiu o cargo quando o tucano morreu, em 2021.

Na 5ª feira (1º.fev.2024), o ex-presidente Jair Bolsonaro –que apoia Nunes– confirmou que indicou Ricardo de Mello Araújo, um coronel aposentado da Polícia Militar, para ser vice na chapa do emedebista.

MARTA & PT

Marta Suplicy deixou o PT em 2015 no auge da operação Lava Jato depois de 33 anos filiada à sigla. Ela, que ajudou a fundar o partido, disse em sua carta de desfiliação que o PT era protagonista de um dos “maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”.

Na época, o PT disse que recebeu a carta de desfiliação com “indignação” e afirmou que o movimento de Suplicy era fruto de sua “ambição eleitoral” e de um “personalismo desmedido”. Eis a íntegra da nota de 2015 (PDF – 210 kB).

Depois de deixar o PT, ela continuou suas críticas ao partido: chamou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de “Judas” e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad –que esteve em seu evento de filiação nesta 6ª feira de “pior prefeito que São Paulo já teve”.

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