Horas depois de um tiro atingir a orelha do ex-presidente dos EUA Donald Trump, internautas levantaram suspeitas sobre o atentado e fizeram comparações com a facada no então candidato à Presidência no Brasil, Jair Bolsonaro, em 2018.
Em seus perfis nas redes sociais, o deputado André Janones (Avante-MG), indicou que o disparo contra Trump no sábado (13.jul) foi armado, ao afirmar que “pelo menos dessa vez lembraram de providenciar o sangue”, em alusão à narrativa de que Bolsonaro não teria sido esfaqueado há 6 anos, pois as fotos não mostraram sangue. “Agora sabemos o que o miliciano foi fazer nos EUA assim que deixou a presidência. É a ‘fakeada’ fazendo escola”, disse o congressista.
Outros internautas influentes nas redes sociais adotaram a versão de que o tiro teria sido encomendado para trazer vantagem a Trump na eleição americana deste ano. Veja abaixo:
DIVERGÊNCIAS NA ESQUERDA
Políticos de esquerda seguiram posição diferente da de Janones e repudiaram o ataque a Trump. O deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, compartilhou a mensagem de repúdio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disse que o atentado “deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política”. A mensagem foi compartilhada por ministros e outros integrantes do governo.
Há, ainda, influenciadores de esquerda que defenderam que o correto seria evitar compartilhar teorias da conspiração. O youtuber Felipe Neto, por exemplo, disse que vai esperar as investigações avançarem para comentar sobre o atentado a Trump, mas pediu para os seguidores pararem de alastrar a narrativa de que Bolsonaro simulou ter sido esfaqueado em 2018.
“Chamar a facada de fake não é só um delírio, é uma burrice que fortalece a extrema-direita, porque qualquer um que for pesquisar vai ver que foi real. Parem de falar essa completa idiotice”, disse Felipe Neto.
O líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), também repudiou o ataque, por meio das redes sociais. Horas depois, o senador disse que estavam espalhando fake news sobre ele ter apoiado o atirador.
“O gabinete do ódio não tem limites e não para. Não me solidarizei com atirador, quem defende armas e crimes não sou eu! Na dúvida, meu perfil é aberto e qualquer um pode conferir o que saiu de verdade ou não. Não espalhem inverdades, desconfiem e denunciem”, declarou.
DIREITA REPUDIA
Políticos e figuras influentes de direita rechaçaram o compartilhamento de versões sobre o atentado a Trump ter sido armado. “Esquerdistas são inescrupulosos! Dá nojo ler suas mensagens eivadas de ódio nas mídias sociais! Justificam a violência do atentado contra Trump da mesma forma como fizerem com Jair Bolsonaro”, escreveu nas redes sociais o deputado Marco Feliciano (PL-SP).
Outros deputados como Kim Kataguiri (União Brasil-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Júlia Zanatta (PL-SC) também repudiaram as alegações, em especial as de Janones. Já a deputada Carla Zambelli (PL-SP) usou as redes para lembrar da facada sofrida por Bolsonaro, ao compartilhar uma imagem –também publicada pelo deputado federal Mario Frias (PL-SP)– em que compara os 2 episódios. “A história se repete”, escreveu.