Abin paralela monitorou a morte de Marielle Franco, diz PF

A PF (Polícia Federal) concluiu que o governo de Jair Bolsonaro (PL) usou a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para monitorar ilegalmente o andamento da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 2018. 

A conclusão está no relatório de investigação do caso. Nesta 5ª feira (11.jul.2024), o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, retirou o sigilo da apuração.


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De acordo com relatório, agentes buscaram informações sobre a promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro, Simone Sibilio e o delegado da Polícia Civil do Rio, Daniel Freitas da Rosa. Ambos atuaram na investigação do homicídio da vereadora e do motorista.

Dois policiais designados para a tarefa fizeram as buscas. De acordo com a quebra de sigilo autorizada pela Justiça durante as investigações, a PF descobriu que, em 2019, um dos policiais imprimiu o currículo da promotora. Os investigadores também encontraram um arquivo eletrônico de texto com um “controle de denúncias” sobre o caso Marielle.

No arquivo, os agentes escreveram: “Caso Marielle, total de 292 denúncias. No ano de 2019, foram 72. Nenhuma informação da família Bolsonaro. Denúncia dos Brazão, 9. São 192 denúncias mencionando milicianos como autores. Na semana do homicídio, receberam 52  denúncias do caso”.

Para a PF, o monitoramento das investigações sobre o assassinato da vereadora ocorreu para “antecipar eventuais referências que vinculassem o núcleo político” do esquema ilegal do monitoramento na Abin, ou seja, saber se a família Bolsonaro teria sido citada na investigação.

Os investigadores ainda acrescentaram que o então diretor da Abin, atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), imprimiu o relatório das diligências ilegais.

“O resumo das denúncias relacionadas ao caso Marielle foi impresso pelo delegado Alexandre Ramagem enquanto diretor da Abin. A impressão de documentos e informações se prestava para que informações da inteligência pudessem ser levadas aos destinatários, em regra integrantes do núcleo político”, concluiu a investigação.

O Poder360 procurou a defesa do deputado Ramagem, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.


Com informações da Agência Brasil.

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