O jornalista Luís Costa Pinto lança nesta 3ª feira (9.jul.2024), em Brasília, o livro “O Procurador”. A obra trata da atuação de Augusto Aras como procurador-geral da República de 2019 a 2023. O evento na capital federal será no Café Daniel Briand, às 18h.
O livro foi escrito a partir de entrevistas com Aras e outras pessoas. Em 2019, ele era um nome improvável para o comando do MPF (Ministério Público Federal) por ter proximidade com vários políticos do PT da Bahia. Conforme a obra, a resistência ao nome dele pelo então ministro Sérgio Moro (Justiça), atualmente senador (União Brasil-PR), teria sido “decisiva” para que o então presidente Jair Bolsonaro (hoje no PL) escolhesse Aras como procurador-geral da República.
Em 2019, Moro teria sugerido a Bolsonaro indicar qualquer nome para o cargo, exceto Aras, em quem teria dito não confiar. Conforme o livro, Bolsonaro teria declarado que não lhe importava a opinião de Moro e, em seguida, teria dado uma gargalhada. Não fica claro o motivo da rejeição do presidente à opinião do ministro.
Bolsonaro confirmou Aras no cargo em setembro de 2021 por mais 2 anos. Segundo o livro, o procurador-geral da República manteve-se independente em relação ao governo e o contrariou em algumas de suas decisões.
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O livro trata outros assuntos, como a atuação do governo federal na pandemia de covid-19. Aras diz que a gestão Bolsonaro fez o que era necessário para reduzir o impacto da doença, incluindo a compra de vacinas. O fato de o então presidente ter deixado de usar máscaras não deveria ser punido, segundo ele, porque as decisões sobre esse tema eram atribuição de governadores e prefeitos. “Como presidente, ele fez tudo o que precisa fazer. Como político, ele fez tudo o que a retórica dele, no campo dele, mandava”, diz Aras na obra.
A Lava Jato também é tema do livro. Na avaliação do autor, o fim da operação é resultado de decisões de Aras, que reprovava as irregularidades das forças-tarefas. As investigações eram escondidas e nem mesmo a cúpula do MPF tinha acesso ao conteúdo ou à lista do que se fazia. Houve várias gravações ilegais. Integrantes da Lava Jato em outras cidades se queixavam de falta de autonomia. Aras decidiu implantar em 2020 os Gaecos (grupos de atuação especial no combate ao crime organizado) em substituição às forças-tarefas.
“O Procurador” aborda ainda temas como a contenção de policiais militares, atiradores de elite do STF (Supremo Tribunal Federal) e a antecipação da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Leia mais detalhes sobre a obra aqui.
O lançamento de “O Procurador” (Geração Editorial, 272 páginas, R$ 86) em Brasília será realizado nesta 3ª feira (9.jul.2024), às 18h, no Café Daniel Briand (104 Norte, bloco A).