O deputado Ricardo Salles (PL-SP) disse neste domingo (7.jul.2024) ter planos de disputar uma das duas vagas do Senado por São Paulo nas eleições de 2026. Na 6ª feira (5.jul), ele anunciou ter recebido convite para voltar ao partido Novo justamente com o plano de se lançar à senador no próximo pleito.
“Quero, junto do meu amigo Eduardo Bolsonaro, defender São Paulo nas duas vagas de Senado que nós temos. Com essas duas vagas, vamos fincar nossa estaca da direita do Senado da República, que tá muito esquerdinho, muito fisiológico para o nosso gosto”, afirmou durante discurso na Cpac (Conferência Anual de Ação Política Conservadora), o evento direitapalooza.
Eduardo é cotado pelo PL para disputar o Senado por São Paulo em 2026. Salles não confirmou se disputará a outra vaga pelo Novo. Ele fez críticas a João Amoêdo, ex-presidente do partido que o expulsou quando ele assumiu o cargo de ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro (PL). Afirmou que os ideais do partido são bons, mas que Amoêdo é “um dos caras mais babacas da política brasileira”.
Salles também falou sobre a eleição para prefeito de São Paulo, em que ele queria lançar-se candidato pelo PL, mas foi preterido pelo partido para dar apoio ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Sem citar nominalmente Nunes, o ex-ministro de Bolsonaro afirmou que a direita não pode apoiar qualquer um.
“A direita tem que ter candidato. Tem que ter candidato sempre. Ainda que perca. Faz parte do jogo perder. É melhor perder de pé do que ganhar de 4. Foi isso que defendi com relação à prefeitura de São Paulo. Eu queria ter sido candidato, aliás estaria provavelmente ali disputando o 1º lugar como a última pesquisa mostrou”, disse.
Salles continuou: “Mas tudo bem, faz parte do jogo, tem um calendário aí, tem uma negociação. Faz parte. Mas a direita, aprenda, têm que ter candidatura própria de direita. E não apoiar qualquer outro por aí. E isso não tem nada a ver com questão partidária, e sim com valores, princípios, ética. Isso é uma cláusula que não negociamos”.
Críticas a Lula
Ricardo Salles disse ter sido ministro (Meio Ambiente) de Bolsonaro com orgulho e falou sobre a sua gestão. Afirmou que era vítima de críticas da “turma da esquerda” por problemas ambientais que se repetem no governo atual, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Nós brigamos contra aquele monte de ONG ganhando dinheiro do governo, aquele monte de esquema de corrupção. Aí vieram os problemas ambientais, as queimadas, desmatamento, óleo no Nordeste. E toda aquela turma de esquerda batendo na gente, era Di Caprio, Macron, Greta, Anitta. Todos esses pica-pau aí enchendo a nossa paciência“, disse.
O ex-ministro disse ainda que a gestão Lula é irresponsável na área ambiental. “O que está acontecendo agora? Recorde de queimada na Amazônia, recorde de queimada no Pantanal. Os mesmos argumentos que eles usavam para nos atacar agora sumiram. Agora o motivo é outro. Balela. Eles são irresponsáveis”, afirmou.
CPAC BRASIL
O evento é realizado neste final de semana em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina. A organização é da ACU (American Conservative Union) e da YAF (Young Americans for Freedom), em parceria com o Instituto Legal Conservador.