O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi publicamente cobrado por uma universitária em seu discurso durante evento de inauguração do novo campus da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), nesta 6ª feira (5.jul.2024), em Osasco (SP).
A estudante de Direito Jamilly Fernandes Assis chamou atenção para o que ainda não está finalizado na sede da universidade: o auditório, o prédio da biblioteca, a quadra e os anfiteatros.
“Depois de muita luta e 14 anos de espera, finalmente estamos presenciando a inauguração oficial de apenas metade da Unifesp Quintaúna, o qual foi aguardado ansiosamente por toda a comunidade acadêmica”, disse.
Ainda, pediu a instalação de uma moradia estudantil para os alunos que moram fora da cidade.
“A Unifesp ainda não é de todos, todas e todes. Ainda não é nossa, no plural. Ainda é um caminho solitário para a maioria de nós e devemos trabalhar com a realidade. A luta continua em prol da outra metade do campus e melhores condições de permanência estudantil”, afirmou Jamilly.
Lula respondeu às críticas ao comparar a insatisfação de dirigentes sindicais com as conquistas após negociações.
“Às vezes de 100 itens nós atendemos 99, e aí quando vamos em ato público para anunciar, ao invés do companheiro dirigente começar o discurso agradecendo as 99, ele vai reclamar de uma que não foi atendida”, disse.
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Afirmou ainda que todos têm o direito de cobrar e pensar “na moradia, na bolsa e no restaurante”, mas ressaltou a importância de lembrar que “a galinha bota o ovo de cada vez”.
Segundo o presidente, as obras ficaram paradas desde o final do seu 2º mandato. “É importante lembrar que isso aqui ficou parado por muitos anos por falta de responsabilidade de governantes”, afirmou.
Sem citar nomes, fez referência ao ex-ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro (PL), Abraham Weintraub, ex-professor demitido da Unifesp por faltas injustificadas ao trabalho.
“Vocês aqui de Osasco, estudantes dessa universidade, sabem fazer a diferenciação do que é o ministro da Educação do meu governo, do que foi o Fernando Haddad, e do que foi o ministro da Educação do outro governo que era desta universidade e professor aqui. Não só santo de casa não faz milagre, como um santo de casa da qualidade dele atrapalha e presta um desserviço ao país se tratando de educação”, afirmou.
Ao todo, foram investidos R$ 102 milhões na obra da Unifesp. O espaço atenderá 1.400 alunos, 55 técnicos e 150 docentes com salas de aulas, auditórios, restaurante universitário, laboratórios, entre outras estruturas acadêmicas e estudantis.
Serão ministrados 6 cursos no campus – administração, ciências atuariais, direito, ciências contábeis, ciências econômicas e relações internacionais -, além do chamado “eixo comum”, com disciplinas que atendem a todos os cursos. O início das aulas está previsto para a 1ª semana de agosto.