Campos Neto diz ser um “liberal liberal, um animal extinto”

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, definiu nesta 3ª feira (30.abr.2024) ser um “liberal liberal” –o que, segundo ele, é um “animal extinto”. A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil.

“Eu me considero um liberal liberal. A gente tem um liberal conservador e do outro lado, em costumes, um liberal mais à esquerda. Eu seria uma coisa que não existe mais que é um liberal liberal. Nesse sentido, a gente fala que é um animal extinto”, declarou.

Campos Neto falou sobre sua relação com equipe econômica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que foi feito um “casamento de liberais com conservadores”.

“No final das contas, o que foi feito foi um casamento. O ministro [da Economia] Paulo Guedes falava isso, que era um casamento de liberais com conservadores. Diria até que sou um pouco mais conservador, nos costumes, do que liberal, mas não conservador na forma como a gente viu o governo [anterior], disse.

Em relação ao governo de Bolsonaro e do presidente Lula, o economista disse ainda que o país precisa encontrar um meio do caminho, com políticas públicas para endereçar determinados problemas, mas também valorizar empresários e “aqueles que tomam risco”. O economista declarou que é preciso pensar em algo “construtivo” e que a polarização não é boa para o país.

Campos Neto voltou a dizer que não sabe qual será seu futuro pós-BC. Ele afirmou que pretende descansar quando deixar o cargo, no fim deste ano. “Quero fazer uma transição suave, independente se a pessoa (que vai assumir a presidência da entidade) pensa igual ou diferente”, disse.

O economista afirmou que os 6 anos à frente da autoridade monetária foram os “mais felizes” da sua vida. Ele foi perguntado se mantinha o sentimento mesmo quando “apanhou”. Campos Neto foi criticado diversas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por nomes do governo, mais incisivamente pela presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). “Quando você apanha, você aprende”, respondeu.

“Eu trabalhava num mundo muito focado no mercado. Quando você não tem que ficar olhando para uma tela com preço subindo e descendo, sua mente abre de forma extraordinária”, afirmou. “Foi bom em termos de crescimento pessoal e de aprendizagem. Conseguimos entregar muita coisa para a sociedade.”

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