O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nas redes sociais um vídeo em que aparece chorando durante encontro com apoiadores em Goiânia (GO), na última sexta-feira (18).
Bolsonaro ‘goiano’
As imagens mostram o momento em que o ex-chefe do Executivo abraça uma jovem e em seguida começa a lacrimejar. Ele esteve em Goiânia para receber o título de cidadão goiano na Alego (Assembleia Legislativa de Goiás).
– Goiânia /GO (18/ago/23) pic.twitter.com/c76OrrVWRa
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 18, 2023
Na ocasião, embora enfrente operações policiais, Bolsonaro não comentou a respeito da venda das joias que ganhou enquanto ocupava o cargo de presidente. No entanto, afirmou que sabe dos riscos que corre no Brasil.
“Estive nos Estados Unidos, na Flórida. Realmente é um estado fantástico. Mas, apesar de ter me acolhido muito bem, não existe terra igual à nossa. Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder”, afirma o ex-presidente.
“Nossa querida imprensa, vocês nunca viram da minha parte qualquer proposta ou discurso para censurá-los. Vocês têm que estar abertos e trazer informações, mesmo errando, vocês são muito melhores do que estando fechados”, acrescentou.
Bolsonaro aproveitou o discurso para criticar o partido do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a reforma tributária, em tramitação no Congresso Nacional.
“Essa reforma é péssima em vários aspectos. Com toda certeza, [deputados aliados] estão engajados e trabalhando para que não vá para a frente. Caso eu fosse deputado, jamais aceitaria uma coisa tão esdrúxula quanto essa reforma”, declarou o ex-chefe do Executivo.
Venda ilegal de joias
A honraria de cidadão goiano vem em meio a acusações de que vendeu ilegalmente joias recebidas de presente enquanto estava no Planalto. No esquema também estão envolvidos o ex-ajudante de Bolsonaro, Mauro Cid, e o advogado Frederick Wassef.
Na última quinta-feira (17), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da PF (Polícia Federal) e autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Nos últimos dias, as investigações colocaram o casal na mira da PF. Moraes também autorizou o Ministério da Justiça e Segurança Pública a pedir ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos ajuda do FBI no caso.
Apesar de ambos não terem sido alvos da última operação sobre as joias, o relatório de investigação mostra que pode haver relação direta deles com o episódio.
O uso de avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e as mensagens que organizam a entrega “em mãos” de US$ 25 mil ao ex-presidente estão entre os indícios encontrados. O ministro Alexandre de Moraes vê “determinação” de Bolsonaro para o esquema.
A defesa do ex-presidente afirmou que ele “jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos”. Em nota, a defesa diz também que Bolsonaro entregou joias “voluntariamente e sem que houvesse sido instado” ao Tribunal de Contas da União (TCU), episódio que ocorreu em março deste ano.
Entre os itens de luxo devolvidos estão abotoaduras, um anel, um relógio, uma caneta e uma masbaha, objeto religioso.
*Com informações do portal R7.