Os Correios tiveram um prejuízo de R$ 597 milhões em 2023, ante um saldo negativo de R$ 768 milhões em 2022. A variação representa uma alta de 22% no resultado líquido da estatal. Os dados constam em comunicado divulgado pela empresa nesta 5ª feira (28.mar.2024).
O documento mostra um ganho de R$ 80 milhões do Ebitda (lucro antes do desconto de impostos, juros, perdas com depreciação e amortização) da estatal em 2023. Mesmo assim, o valor encerrou o ano no negativo, com um prejuízo de R$ 140 milhões.
O caixa da empresa ficou em R$ 3 bilhões no 2º semestre do ano. O valor, segundo os Correios, é suficiente para não demandar novos aportes do governo federal.
“A redução do prejuízo herdado da gestão anterior em cerca de R$ 200 milhões foi possível por meio de medidas eficientes de gestão que resultaram na melhoria de processos, proporcionando economia de R$ 1,3 bilhão no decorrer de 2023. Um exemplo foi a adoção de tecnologias para otimizar processos internos, com aumento de eficiência e produtividade”, diz a estatal.
Os Correios creditam a dificuldade de sanar os valores negativos do relatório ao projeto de privatização da estatal iniciado pela gestão de Jair Bolsonaro (PL) e à chegada do Programa Remessa Conforme, que trata da taxação de compras feitas por consumidores em sites de fora do país. Segundo o levantamento, a queda de receitas em importações foi de R$ 530 milhões.
“Diante do cenário encontrado, a atual gestão da empresa adotou, no decorrer de 2023, uma série de medidas saneadoras e estruturantes. Um exemplo foi a realização do equacionamento do Plano de Benefício Definido do Postalis, o fundo de pensão das empregadas e dos empregados dos Correios, que deveria ter sido realizado pela gestão anterior conforme as normas do setor”, afirma a empresa.
Em abril de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) excluiu os Correios e outras 6 estatais do PND (Programa Nacional de Desestatização). Outras 3 companhias foram retiradas do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Bolsonaro havia incluído as estatais nos programas de desestatização em 2019. O projeto de lei, no entanto, estava parado na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado desde 2021.
Em seu 2º dia de governo, Lula assinou um despacho para que a Casa Civil e demais ministérios adotassem providências para revogar a inclusão de 8 estatais no PPI ou no PND. Os Correios eram uma delas.