Políticos da oposição e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentaram a prisão realizada pela Polícia Federal neste domingo (24.mar) de 3 suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. Em suas manifestações, os políticos lembraram que, por muito tempo, associou-se o ex-chefe do Executivo e integrantes de sua família ao crime pelo fato de o assassino de Marielle, Ronnie Lessa, morar no mesmo condomínio que Bolsonaro.
O líder da Oposição na Câmara, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), declarou ter se incomodado com a ausência de pedido de desculpas a Bolsonaro por parte da esquerda, citando “acusações levianas e criminosas”.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e filho do ex-presidente afirmou que as associações de Bolsonaro ao caso eram perigosas e falsas, o que poderia incentivar linchamentos virtuais e físicos.
Sergio Moro (União Brasil-PR), senador e ex-juiz da Lava Jato, disse que durante seu comando no Ministério da Justiça, no governo Bolsonaro, o nome de um dos presos foi divulgado como “possível mandante”.
OUTRAS MANIFESTAÇÕES
O Poder360 lista abaixo:
- Deltan Dallagnol (Podemos-RS), ex-deputado federal cassado e ex-procurador da República:
- Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), deputado federal:
- Júlia Zanatta (PL-SC), deputada federal:
- André Fernandes (PL-CE), deputado federal:
- Silas Malafaia, pastor e apoiador de Bolsonaro:
- Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), deputado federal:
- Maurício Marcon (PL-RS), deputado federal:
Operação da PF
A PF prendeu neste domingo (24.mar) mais 3 suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), e de seu motorista, Anderson Gomes:
- Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro);
- Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), deputado federal;
- Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
Os agentes da PF também cumprem outros 12 mandados de busca e apreensão na capital do Rio de Janeiro em endereços de outros nomes ligados à investigação. A operação, batizada de Murder Inc., foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Na 3ª feira (19.mar), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou que Moraes havia homologado a delação premiada de Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de matar Marielle.
A colaboração premiada tramitava no STJ (Superior Tribunal de Justiça) com o ministro Raul Araújo. Em 14 de março, o caso foi enviado ao STF. Moraes foi escolhido para ser o relator do caso.
A operação da PF contou com o apoio da PGR (Procuradoria Geral da República), do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), da Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais).
RELEMBRE O CASO
Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março de 2018. A vereadora havia saído de um encontro no instituto Casa das Pretas, no centro do Rio. O carro em que a vereadora estava foi perseguido pelos criminosos até o bairro do Estácio, que faz ligação com a zona norte.
Investigações e uma delação premiada apontaram o ex-policial militar Ronnie Lessa como autor dos disparos. Teria atirado 13 vezes em direção ao veículo.
Lessa está preso. Já havia sido condenado por contrabando de peças e acessórios de armas de fogo. O autor da delação premiada é o também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigia o Cobalt usado no crime.
Outro suspeito de envolvimento preso é o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel. Seria dele a responsabilidade de entregar o Cobalt usado por Lessa para desmanche. Segundo investigações, todos têm envolvimento com milícias.
No fim de fevereiro, a polícia prendeu Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha. Ele é o dono do ferro-velho suspeito de fazer o desmanche e o descarte do veículo usado no assassinato.
O homem já havia sido denunciado pelo Ministério Público em agosto de 2023. É acusado de impedir e atrapalhar investigações.
Apesar das prisões, 6 anos depois do crime ninguém foi condenado. Desde 2023, a investigação iniciada pela polícia do Rio de Janeiro está sendo acompanhada pela Polícia Federal.
Em dezembro de 2023, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o crime seria elucidado “em breve”. Na ocasião, afirmou que as investigações estavam caminhando para a fase final.
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